domingo, 2 de setembro de 2012

Material publicado na Capoeira Magazine da Inglaterra


Cadê o Besouro, chamado Cordão de Ouro...

Entre verdades mentirosas e mentiras verdadeiras; de nascimentos e mortes antes e depois do início de nada, que se confundem na poeira do tempo, Besouro resplandece na intimidade da condição mística e cultural de cada capoeirista.

Preliminar

Esta abordagem sobre Besouro de Mangangá, encerra dois pontos principais: o primeiro visa perceber a condição da lógica de alguns casos envolvendo Besouro, e o segundo trata-se de uma observação sobre a questão das datas de nascimento e de morte desse mito mundialmente famoso na Capoeira. Tanto uma como a outra discussão nos mostra ambiguidades. Contudo, empeleitamos a tarefa de tentar observar na primeira certos modismos explicativos sobre casos envolvendo Besouro e na segunda, algumas confusões sobre datas de nasciemento e de morte onde veremos que em ambas criaram em Besouro várias idades diferentes. Se algo nos inclinou ao satirismo na primeira observação em relação aos casos, tentamos no entanto na segunda, desenvolver a discussão do ponto de vista da lógica factual mostrando a divergência de afirmações. Tentemos meditar onde se encontra a importância dessas questões envolvendo Besouro, e quem sabe desse modo, possamos enchergá-lo como um “segredo do passado” que “não pertence ao historiador.” Pois para o mundo da Capoeira ele “É um bem da humanidade” (Gerardo, 2003: 323).



            Notícias históricas que possam revelar quem era de fato Besouro Mangangá, e mesmo a idade real desse lendário capoeirista, transformaram-se em questões ambiguas, incertas e em discussões variadas... Criações míticas, istórias impressionantes e contos populares, no entanto, temos bastante! De modo que a pouco e pouco a viagem de Besouro está se fortalecendo na esteira do tempo, seja do ponto de vista histórico ou não-histórico. Diria mesmo que se Besouro já se tornou um Ser cultural, não desejemos nos tornar caçadores de besouros, dragões ou de sacy pererê e, pelos frenéticos ofícios da incúria, tentarmos “destruir” os sabores orais que existem nas histórias da cultura popular brasileira e mais precisamente capoeiristica. 
            De qualquer modo, tentaremos observar nesta PRIMEIRA PARTE, alguns pontos sobre esta personagem marcante para a mentalidade capoeiristica nalguns casos e obras ou escritos cheios de estripulias contendo o nome de Besouro. Veremos, portanto, que aqui e alí Besouro fora lembrado ora como valentão, doutra feita como homem bom. Mais além como imbatível, o mandingueiro do desaparecimento...
            Os casos considerados mais aproximados, diz-se que podemos encontrar nos trabalhos Mar Morto de Jorge Amado, Capoeira e Mandingas de Mestre Cobrinha Verde. Há também na obra de Waldeloir Rego, Capoeira Angola; Ensáio Sócio-Étnografico, bem como nos dois trabalhos de Antônio Liberac (Bimba, Pastinha e Besouro de Manganga e A Capoeira na Bahia de Todos os Santos), doutor em História, e, por fim, pode-se observar nas excelentes pesquisas de José Gerardo Vasconcelos, doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará, valiosos apontamentos. Este escreveu como parte de estudos de pós-doutorado desenvolvido junto ao programa de Pós-Graduação em Artes e Ciências, da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, em 2002, um estudo intitulado: Besouro Cordão de Ouro: A Pedagogia da Malandragem Cantada nas Rodas de Capoeira, que traz uma curiosa visão de ensino da capoeiragem utilizada por Besouro, segundo Gerardo. E mais recentemente (2009), Gerardo publicara um livro cujo título: Besouro Cordão de Ouro, o capoeirista justiceiro, tenta nos mostrar alguns mistérios a mais sobre Besouro.
            Contudo, desejamos prenunciar sem qualquer serimônia, que se o capoeirista ou pesquisador que procurar buscar de modo concreto o começo, o meio e o fim da vida de Besouro, mesmo debruçando-se sobre estes e outros fatos, desejando a “verdade”, não pode ter problema de nervoso como diria Mestre Waldemar da Paixão. Pois se os fatos nos levam a perguntar até hoje cadê o Besouro que existiu e onde se encontra aquele outro Besouro que algumas mentes muito dadas a imaginosidades sugerem abusivamente, seja em algumas afirmações por meios orais, seja pelas vias escritas, pode-se dizer com maior razão ainda para alguns senhores e senhoras que, deixem no meio mítico, folclórico e do misticismo que há no cotidiano capoeiristico, este mito chamado Besouro correr como uma flecha atirada ao vento que voará idubitavelmente sob os impulsos dos domínios das crênças populares. Porquanto, como escreveu Nietzsche no seu livro Da Utilidade e do Inconveniente da História para a Vida,o ponto de vista histórico, bem como o ponto de vista não-histórico, são necessários para a saúde de um indivíduo, de um povo e de uma civilização” (2008, p. 23).
            Houve aqueles, entretanto, que ao abordar qualquer ideia sobre Besouro, decidiram imprimir certos cuidados em suas ponderações, enquanto outros peregrinaram, embora sem certesa, com a boca cheia de verdades... E diria sem a chacota em voga, que ao invés de perguntarmos em algumas istórias cadê o Besouro, devemos indagar: onde se encontra o bom senso...
            Numa certa istória, contem: “Besouro também não gostava de polícia. Muitas vezes encontrava companheiros que iam presos e os tomava da mão de qualquer soldado, batia em todos, tomava-lhes as armas, levava-as até o quartel e dizia: tá aqui, seus morcegos e jogava as armas.”
            Nos perguntamos sobre esta istorieta que tem Besouro como personagem, como ele pode ser apelidado de justiceiro, cometendo a injustica de tomar um amigo seu da mão de qualquer soldado [...] sem saber o que diábos estaria fazendo tal “amigo”. E para assustar mais, diz ainda este caso: e batia em todos? Mas que desgraça para aquela sociedade... Um único homem bater nos policiais que deveriam servir-lhes de segurança... E, a posição mais impressionante de Besouro aqui é que ele haje como se fosse uma lei que enfrentava a lei, onde tudo fica sem lei quando ele tomava-lhes (dos policiais) as armas, levava-as até o quartel e dizia: "tá aqui, seus morcegos" e jogava as armas. Eu até posso imaginar um combóio de policiais cabisbaixos na frente e Besouro atrás com muitas armas nos ombros, assim como um lenhador com um feixe de varas. Mas quantos soldados haviam neste quartel? Ninguem podia fazer nada com Besouro? Ave...
            Nesta outra há: Um dia ele estava em frente ao Largo da Cruz e passou um soldado. Besouro o forçou a tomar uma cachaça. O soldado saiu dali para o quartel e fez queixa ao tenente que mandou 10 soldados para prender Besouro, vivo ou morto. Chegando lá deram ordem de prisão. Besouro saiu do botequim de costas, foi para a cruz, encostou-se nela, abriu os braços e disse que não se entregava. Os soldados começaram a atirar. Besouro fingiu está baleado e caiu os soldados acharam que ele estava morto e se foram. Besouro então se levantou e saiu cantando.
            Quando se percebe que sairam “10 soldados para prender Besouro, vivo ou morto”, e não presumimos o tamanho da trêmula coragem desses soldados, mas chegando lá deram ordem de prisão. Ainda assim Besouro saiu do botequim de costas, foi para a cruz, encostou-se nela, abriu os braços e disse que não se entregava. Mas os soldados começaram a atirar. Após um tirotéio patético e a êsmo, Besouro fingiu está baleado e caiu, os soldados acharam que ele estava morto e se foram.
            Não sabemos se estes soldados que sairam para prender Besouro eram surdos ou não entendiam bem a ordem do tenente, tanto quanto se sabiam o que seria uma ordem, pois se 10 homens saem para prender outro vivo ou morto, como é possível após uma ordem de prisão por eles empreitada, deixá-lo sair do botequim de costas? E tiveram a paciência ou quem sabe a tolice de esperá-lo fazer um certo teatro até a cruz, onde encostou-se nela, abriu os braços e disse que não se entregava? Há quem diga que Besouro saira cantando, e chegaram mesmo a colocar versos na boca dele não somente para engrandecê-lo, mas provavelmente para criar-se afirmações mitificadoras entre a polícia e Besouro. De qualquer modo, começaram a atirar, sem sucesso, talvez porque as balas fossem de festin, ou ainda porque todos precisassem de óculos ou de passar por um treinamento numa mira de uns 10 metros de diâmetro. Besouro fingiu está baleado e caiu, os soldados acharam que ele estava morto e se foram. Não sabemos como todos tiveram a mesma ideia que Besouro estivesse morto. Talvez faziam parte da seita do achismo coletivo e se fossem peritos, todos deveriam perder o emprego... Além disso, parece que todos os soldados tinham o dom da teimosia, pois não levaram Besouro vivo ou morto, conforme a ordem do tenente que deve ter entrado por um ouvido e saido pelo outro. E haja paciência...
            O caso da Fazenda Maracangalha, envolvendo um certo Dr. Zeca e o filho dele chamado Memeu é daqueles que quase todos os capoeiristas sabem ou já leram no senhor google, onde há talvez umas 38 versões doferentes, e cada uma é modificada ao menos uma palavra ou letra nos casos, a fim de se fazer original em meio a uma plateleira de genéricos... Mas, tão-somente para relembrarmos alguns detalhes deste caso, consideramos primeiramente que o próprio Besoura levara uma carta do Dr. Zeca, pai de Memeu, para ser entregue na Fazenda Maracangalha, para onde Besouro teria sido remanejado por ter feito sei lá o quê com o mimado Memeu. Como Besouro segundo alguns era analfabeto, não pôde ler a carta, mas o admistrador, a quem a carta deveria ser entregue para contratar a morte de Besouro alí mesmo, pediu que Besouro esperasse até o outro dia. E muito educadamente, pacificamente, o auvoroçado Besouro de outros momentos esperou até o outro dia. Não sabemos contudo, como apareceu 40 homens que deram muitos tiros (segundo a imaginação do autor deste caso), mas nenhum acertara Besouro. Todavia, apareceu qual um sacy pereré, um homem que até o apelidam de Eusébio de Quibaca, que deu uma facada de tucum em Besouro, vindo o mesmo a falecer.
            Bom. se Besouro era analfabeto, isso seria possível, mesmo que seja raro que se prove, mas se ele tinha o corpo fexado, se era mandingueiro, esperto, um homem cheio de sabedoria mística, como poderia ele levar uma carta onde na mesma continha a sua sentensa de morte e nada iria sentir, pensar ou esboçar qualquer reação, já que era um ser com poderes mágicos? Talvez alguma senhorita do prostíbulo o qual consta nesse caso, e que afirmam ter Besouro passado a noite por lá, roubara os seus atributos, qual consta na lenda que Dalila cortara os cabelos de Sanssão (talvez este estivesse dopado), tirando assim as suas forças. Sobre os 40 homens que apareceram e deram muitos tiros, em vão, temos que pensar pelo menos que todos sofressem de miupía severa, pois nenhuma bala acertara Besouro. Também, esta pessoa que contratou tantos homens para matar somente um, nem tinha problemas de guardar segredos sobre as mortes por ele autorizadas, tampouco de reconhecer que muitos homens que faziam este serviço fossem muito ruins de gatilho... Pensem nuns atiradores de “responsa”! 
            Mas, deixando um pouco esses casos, passemos a observar a SEGUNDA PARTE destes escritos, onde consta que escritores respeitados foram mais cuidadosos ao escreverem sobre Besouro.
            Waldeloir Rego, como se pode ver, nada mais dissera sobre Besouro quando tratou da questão no seu livro Capoeira Angola, Ensáio Sócio-Étnográfico no tema: Capoeiras Famosos e seu Comportamento na Comunidade Social, do que o que ouvira de Mestre Cobrinha Verde. Não quis trabalhar com datas, talvez tivesse bons motivos para não as mencionar.
            Antônio Liberac Cardoso Simões Pires, no entanto, afirmara no seu livro Bimba, Pastinha e Besouro de Manganga, “que Besouro de Mangangá nasceu na cidade de Santo Amaro da Purificação no ano de 1885” (2002, p. 18).  Ele nos informa ainda numa citação na página 32, final desse estudo sobre Besouro e a cidade de Santo Amaro da Purificação, extraido de uma certidão de óbito, que:

Manuel Henrique, mulato escuro, solteiro, 24 anos, natural de Urupy, residente na Usina Maracangalha, profissão vaqueiro, entrada no dia 8 de julho de 1924 às 10 horas do dia, falecendo às 7 horas da noite, de um ferimento perfuro-inciso do abdomem (2002, p. 32).

            Notemos a questão da idade citada nesse documento, 24 anos. Ora, se Pires afirma que Besouro nascera em 1885, há uma possibilidade de desencontro com a certidão de óbito. Pois, como consta no documento acima, fora registrada a entrada de Besouro em 1924, falecendo em julho desse mesmo ano, às 7 horas da noite. Quem gostar de matemática, pois eu não sou muito fã dessa ciência, perceberá que se Besouro dera entrada em 1924 (e nesse mesmo dia vindo a falecer), seja lá onde for, contando 24 anos, o mesmo não poderia ter nascido em 1885, pelo contrário teria 39 anos à época mencionada pelo documento, e não 24. Isso se ele nascera em 1885, como consta no livro do doutor Simões Pires.
      Numa nota (39) a essa questão da idade de Besouro, Pires diz:

A informação sobre a idade de Besouro de Mangangá na documentação referente ao Arquivo Público do Estado da Bahia difere sobre a idade informada na documentação referente ao Arquivo Municipal de Santo Amaro da Purificação, mas os demais vestígios confirmam ser a mesma pessoa (2002, p. 100).   

            Pires não apresentou a data do outro arquivo mencionado... De modo que, não sabemos qual dos arquivos pode ser o mais aproximado dessa realidade envolvendo Besouro, ou se são diferentes da certidão de óbito, ou ainda, se trazem diferenças consideráveis em relação a outros documentos.
            Gutembergue, todavia, jornalista profissional formado pela Escola de Biblioteconomia e Comunicação da UFBa, assegura que “ No dia 8 de julho de 1924 Besouro se despedia da vida de valentão com apenas 28.” Aqui teríamos mais uma data da idade de Besouro se comparmos a data de morte – 1924 – menos a idade – 28 – que Gutembergue mensiona que Besouro morrera, constará que ele nascera em 1896.
            Ora, levando-se em consideração essa informação (que Besouro morrera aos 28 anos, segundo Gutembergue), haveria assim, 11 anos de diferença entre a data de Pires – partindo de 1885 – e a de Gutembergue que dataria Besouro de 1896 para 1924. Contendo ainda 4 anos de diferença em relação à certidão, pois, se ele morrera aos 24 anos em 1924 como estamos enfadados de ouvir, teria nascido em 1900. Dessa maneira, ele teria uma diferença significativa de idade, não somente se compararmos com as datas de Simões Pires, mas com as da certidão de óbito e outras datas exóticas.
            De qualquer modo, se quisermos combinar, por outro lado essas datas da idade de Besouro com as mencionadas pelo doutor José Gerardo Vasconcelos, não encontraremos muita coisa em comum, pois este afirma que “ Em 1912, quando Cobrinha Verde inicia seus estudos de Capoeira, o seu mestre – Besouro – tinha 17 anos. Era muito jovem, mas sua fama já corria o mundo ” (2003, p. 315).
            Aqui se pode perceber que se em 1912 Besouro contava com 17 anos de idade e morrera em 1924 segundo a certidão de óbito citada paragrafos anteriores, a idade seria a seguinte: Se em 1912 ele contasse com 17 anos, teria nascido em 1895. E se falecera em 1924 teria sido aos 29 anos e não aos 24 como afirma a certidão. Isso mostra discordância, ainda que não seja considerável em relação com as contagens já citadas.
            Num novo trabalho do Dr. Gerardo: Besouro Cordao de Ouro, o capoeirista justiceiro, ele nos informa que documentos encontrados numa pesquisa atestam que          “ Besouro naceu em 1895.” Gerardo conta que: “ Esta data tem como referência o processo movido contra Besouro que resultou na sua expulsão do exército em 1918. O referido documento (PEREIRA, 1918), atesta que Besouro tinha 23 anos a época” ( 2009:23). Contudo, “ o ano da morte” tal como assegura Gerardo, “ que tambem representava uma grande disputa de informações, foi em 1924, de acordo com documentos encontrado no Arquivo Municipal de Santo Amaro” (ibidem).
            Nos parece com base nas próprias evidências apresentadas, que Besouro apesar de todos esses reboliços, teria se seguíssimos as datas de Gerardo, a mesma idade quando nascera e quando morrera, ou seja, 1895-1924. Pois se nesta segunda fala de Gerardo Besouro contasse com 23 anos em 1918, mas houvesse morrido 6 anos depois, isto é, em 1924 segundo vemos na afirmação de Gerardo, Besouro teria exatamente 29 anos quando falecera, isso se seguirmos essa documentação, como já dissemos.
            Mas Zilda Pain, historiadora baiana que pesquisara segundo Gerardo (à época citada) a cidade de Santo Amaro a pelo menos 53 anos, nos informa que quando a mesma abordou um tema sobre Besouro no seu Relicário Popular, sugeriu que:

Foi fria e covardemente golpeado em maracangalha no lugar de nome Quimbeca. Veio para Santo Amaro em canoa, ficando no porto de frente a loja nova, até que foi transportado para a Santa Casa de Misericódia onde faleceu aos 32 anos de idade (Pain, apud Gerardo. 2009:32).

            Ora, se a maioria concorda que Besouro morrera em 1924, tomado de imprestimo tal afirmativa de uma declaracao da Santa Casa de Misericórdia, mais se a historiadora acima data a morte de Besouro com 32 anos de idade, então o mesmo teria nascido em 1892.
Gerardo considera seja “ provavel que a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro não tenha obtido informações mais precisas sobre o ano de nascimento de Besouro e lançou de forma mais ou menos aleatória a idade do paciênte”. Gerardo entende por essas razões, que seria melhor “ crer que o ano do nascimento de Besouro ainda é desconhecido” (2009:24).
            Como vemos, se as datas apresentam certos desencontros, isso nos leva a considerar que se essas questões básicas, mas importantes, nos deixam qual cego em meio a um tirotéio sobre a idade de Besouro, podemos sugerir sem qualquer prejuizo que os fatos do cotidiano envolvendo a vida dele sejam forçosamente criações da miltologia popular que tentou como por encanto, exaltar os feitos envolvendo esta personagem enigmática da Capoeira do início do século XX. Entretanto, apesar de alguns casos serem empolgantes, belos e de já terem suas raízes culturais fincadas na cultura popular brasileira, como mencionado nas primeiras observações desse tema, isso não nos impede de lançarmos algumas considerações que entendemos sejam construtivas para a literatura capoeiristica.
            Contudo, isso não nos deve impedir de admirar, imaginar e pensar com entusiasmo sobre essa personalidade marcante, pois, como diria o doutor José Gerardo, “ Besouro representa a construção de um mito popular.” Diz ainda: “ É que o segredo do passado não pertence ao historiador. É um bem da humanidade ” (2003, p. 323).


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e-mail: manoel.limadesousa@yahoo.co.uk Mestre Chitãozinho é escritor com 4 publicações. A Capoeira Sob Uma Nova Visão, Ética, Diciplina (2000). ABC, da Capoeira (2006), Consciência Capoeiristica (2008 com nova ed.em 2011) e A Morte de Besouro Mangangá (2011). É graduado em História (Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Brasil), Cursou Ciência e Religião (Instituto Faraday ligado à Universidade de Cambridge UK). Atualmente está cursando  Mestrado em Filosofía pela Open University Britânica.

Bibliografias consultadas.

CAVALCANTE, Maria Juracy (org.). Biografias, instituições, ideias, experiências e políticas educacionais. Fortaleza: Editora UFC, 2003.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm, Da Utilidade e do Inconveniênte da Hisrória para a Vida. Editora Escala, São Paulo, SP, 2008.
PIRES, Antônio Liberac Cardoso Simões, Bimba, Pastinha e Besouro de Mangangá: três personagens da capoeira baiana. Tocantis Goiânia/ Grafset, 2002.
PIRES, Antônio Liberac Cardoso Simões, A CAPOEIRA NA BAHIA DE TODOS OS SANTOS, um estudo sobre cultura e classes trabalhadoras (1890-1937). Tocantis Goiânia: NEAB/ Grafset, 2004.
SOUSA, Manoel Lima de. “ Mestre Chitãozinho”, A Morte de Besouro Mangangá. Printpublich, Cambridge Inglaterra, 2011.
VASCONCELOS, José Gerardo. Besouro Cordão de Ouro, o capoeirista justiceiro. Fortaleza, Ce. Edições UFC, 2009.