terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pequena parte de um capitulo do Por Uma Ética na Capoeira VOLUME I. Apresentado no Brasil 09/2013



10 Relações éticas e virtude como poder que irradia na ideia da intuição do capoeirista.

Aquele que exibe sua virtude não é virtuoso, uma vez que lhe falta a qualidade principal: a modestia, e tem o vício mais contrário: o orgulho (Madaleine, 1989, p. 228).

“A virtude verdadeiramente digna desse nome, não gosta de se exibir, é advinhada [...], se oculta na obscuridade e foge da admiração das multidões” (Madaleine, 1989, p. 228).
            Essa mensão nos leva a formular uma série de indagações importantes nas nossas relações capoeiristicas. Sobretudo se presamos ou desejamos presar por ações que sejam dignas, honrradas, que visem educar o mal carater e deixar a boa conduta se expressar não de modo artificial em nós, mas de um modo que deve visar, antes de qualquer coisa, conectar-se com a justiça, com a caridade, estabelecendo ainda em nossos entendimentos uma noção maior de tudo isso. Diriamos mesmo que poderia se encontrar neste campo de apreciação, um meio para compreendermos melhor as necessidades e direitos de outros capoeiristas, onde a intenção para agir com certa medida em relação aos outros, resultaria do próprio entendimento que empregamos para com nós mesmos.
            Estas noções podem nos apontar, de alguma forma, ideias possíveis sobre a virtude. E, acreditamos seja uma boa base para o início de uma longa caminhada que culminará na formação de uma conduta e de um carater que de alguma sorte podem interagir com a virtude.
Óbvio se pense, que há outros caminhos, existem outros modos e pontos de vistas a cerca da aquisição de um ou mais modos de apresentar a virtude ou do que vem a ser a mesma, mas supomos que para o capoeirista, sobretudo porque sua paciência e força moral é testada a cada momento na roda e no jogo, se faz necessário que pensemos os caminhos da virtude, embalando-a dos componentes da conduta moral prática e de um carater ético ativo e consciênte sobre a busca e manutenção da harmonia. Pelo contrário, dificilmente o capoeirista poderá se sustentar perante os contratempos da própria indiciplina bem como da inconsequência de outros capoeiristas e seus atos. Paciência neste mister é também virtude; a qual desejamos chamar de ciência da paz.